A música vai tomar conta das salas, dos átrios e jardins do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, a partir desta sexta-feira. O impulso romântico é o mote para os vários concertos a ter lugar nos Dias da Música, de 19 a 21 de abril.
“Este ano as novidades centram-se ao nível da programação e criámos um ciclo de novos talentos que contará com a presença de dois jovens pianistas muito talentosos”, revela-nos Miguel Leal Coelho, do conselho de administração do CCB, salientando que além da oferta tradicional deste evento haverá também uma edição especial do mercado CCB e será reaberta a cafetaria do jardim das oliveiras, “que foi renovada e tem agora uma nova oferta gastronómica, com comida italiana e japonesa”.
Raul da Costa e João Bettencourt da Câmara são os dois escolhidos para este ciclo de novos talentos, músicos que, segundo Miguel Coelho, “têm um grande futuro pela frente”. O coordenador deste evento acredita que se vive atualmente um período excepcional pois “nunca houve tantos e tão bons talentos na área da música como agora”.
Quanto à escolha do tema para este ano, o impulso romântico, Miguel Coelho esclarece que “os Dias da Música têm sempre esta característica de escolher temas o mais abrangentes possível”, permitindo uma viagem através da História pois, garante, nem a crise nem a passagem do tempo acabaram com os românticos. “O amor, a utopia, o romantismo fazem parte do Homem desde que ele existe como tal e por isso nós conseguimos ter propostas que vão desde música da Idade Média até a contemporaneidade, nomeadamente com fado e blues”, esclarece, salientando que “a vida sem romance e sem paixão não faz sentido, ainda que não seja demonstrado da mesma forma que no séc. XIX”.
Com 60 concertos agendados, Miguel Coelho recorda o tempo em que fazer os Dias da Música implicava agendar mais de uma centena de espetáculos e garantir toda a logística. Apesar da oferta ser hoje menor, mantém-se a qualidade e também os cuidados. Há que pensar em todos os cenários possíveis e encaixar imprevistos como, por exemplo, um dia de temporal. Para isso, Miguel Lucas Coelho conta com “uma equipa muito coesa, que já está muito rotinada” e com o apoio dos restantes funcionários do CCB, que nestes dias deixam as suas funções para “vestir a camisola” e ajudar à festa.
Consciente de que a oferta musical dos Dias da Música, muito focada na música clássica, não é para massas, incentiva todos a participar neste evento. “Venham, ousem, sejam curiosos. Também, ao fim e ao cabo, 45 minutos passam depressa”, diz com um sorriso, explicando que a moderada duração dos espetáculos, a restante oferta cultural deste evento e os módicos preços (entre 7 e 9 euros) tem como objetivo atrair novos públicos.
Ao longo do tempo, os Dias da Música têm-se afirmado como um evento para toda a família, estando previstos serviços como baby sitting e várias atividades para os mais novos, como concertos e oficinas criativas. Para fazer parte desta festa e aproveitar para ter um dia diferente entre os muros deste icónico Cento Cultural basta comprar o bilhete para um dos concertos e, durante esse dia, aproveitar tudo o que os Dias da Música têm para oferecer.
Apesar da crise, Miguel Lucas Coelho mantém-se optimista quanto ao número de espetadores, ressalvando, porém, que uma diminuição da afluência é compreensível face à presente conjuntura.
Mais de 100 intérpretes, 60 concertos e um ambiente único, é esta a proposta do CCB para estes três dias que, assume Miguel Coelho, “dão algum trabalho organizar, mas valem muito a pena”.
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@Inês Alves
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