Como é que alguém que, até há dois anos (altura do lançamento do disco de estreia "The Fame"), pouco mais tinha do que uma carreira hesitante num círculo restrito de Nova Iorque, se torna numa estrela mundial e, entre outras distinções, numa das 100 pessoas mais influentes de 2010 segundo a revista Time?
Se a resposta fosse óbvia, Lady Gaga talvez tivesse competição à altura num campeonato - o da música pop - onde a efemeridade é quase uma certeza para muitos. Mesmo assim, não faltam livros que estudem o fenómeno e até há quem vá mais além, como Mathieu Deflem, professor que criou a disciplina "Lady Gaga e a Sociologia da Fama" na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA.
Primeiro"The Fame", depois afama
Stefani Joanne Angelina Germanotta, a jovem italo-americana de 24 anos que deixou praticamente o mundo inteiro com o refrão de "Just Dance" ou "Alejandro" na cabeça, só precisou de um álbum, um EP ("The Fame Monster", de 2009) e nove singles para se tornar na mais forte concorrente dos últimos anos ao trono de rainha da pop - e não são assim tão poucos os que dizem que já ultrapassou Madonna.
E como nos dias de hoje cantar "Like a Virgin" nos Prémios MTV já não choca ninguém, Lady Gaga tem sido irreverente à sua maneira, ou seja, de forma cada vez mais extrema: o já "mítico" vestido de carne (de 20 quilos), que exibiu na cerimónia da estação televisiva este ano, foi a cereja em cima do bolo numa generosa lista de excentricidades.
Se esse misto de imaginação e provocação conseguirá superar-se a si próprio ninguém sabe, mas uma série de conquistas também já ninguém lhe tira. Gaga é a personalidade com mais amigos no Facebook, a artista mais seguida no Twitter e o videoclip de "Bad Romance" está no pódio dos mais vistos no YouTube - os outros também não estão nada mal posicionados, ou não fossem das mais polémicas e aguardadas formas de expressão da artista. E nesta quinta-feira, a cantora nova-iorquina até teve direito a sete estátuas de cera (todas com um visual diferente) na rede de museus Madame Toussaud.
Animal de palco? Mais ainda, um monstro
Ao vivo, Lady Gaga faz jus à imagem forte, andrógina e mutante que expõe nos media. Na Monster Ball, digressão que a traz pela primeira vez a palcos nacionais, propõe um concerto que se desenvolve como um musical devidamente personalizado e bizarro.
Se seguir o exemplo dos mais recentes em solo europeu, o espectáculo deverá aproximar-se das duas horas de duração e conter cerca de 20 canções. "Dance in the Dark" é a mais provável no arranque e "Bad Romance" uma presença quase certa no encore. No meio esperam-se singles como "Telephone" ou "Poker Face" mas também dois temas ainda não editados, "Glitter and Grease" e "You and I" - eventuais escolhas do alinhamento do próximo disco, "Born This Way", previsto para Maio do próximo ano.
A promotora do concerto, Ritmos & Blues, avança que esta será "a maior produção que alguma vez entrou no Pavilhão Atlântico, com 32 camiões com toneladas de material, som, luzes e adereços". Esta pompa e circunstância completa-se com as 270 pessoas envolvidas na produção do espectáculo, a que se juntam 11 bailarinos e outros 11 músicos em palco - além de uma sala do Pavilhão Atlântico reservada só para o guarda-roupa. E antes de Gaga, outra estreia por cá: os seus amigos Semi Precious Weapons, que têm assegurado as primeiras partes nesta digressão. Será que, além deles, a artista também traz o tal Alejandro (Roberto, Fernando)?Mesmo quenão traga, certamente não faltarão candidatos entre o público.
Local: Pavilhão Atlântico, Lisboa
Data: Sexta-feira, 10 de Dezembro
Início do concerto: As portas abrem às 20h30, as actuações deverão começar pelas 21h
Preço dos bilhetes: Já só restam entradas para a plateiaem pé, a 65 euros
Videoclips de Lady Gaga:
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