No palco lisboeta o fadista, que irá interpretar temas como “Chega-se a este ponto”, e “Paraíso”, ambos de David Mourão-Ferreira e José Mário Branco, é acompanhado por José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola e Paulo Paz no contrabaixo.
O novo álbum de Camané, “Infinito presente”, foi editado no dia 4 de maio, e inclui um inédito de Alain Oulman, “A Correr”, e duas composições de José Júlio Paiva, bisavô do fadista.
“Infinito presente” marcou o regresso do fadista aos estúdios, depois de cinco anos ausente, desde “Do amor e dos dias”, editado em setembro de 2010. Pelo meio, foi publicada, em 2013, a antologia “O Melhor de Camané 1995-2013”.
Camané abriu, no início deste mês, I Festival de Fado de Bogotá, e na próxima terça-feira com este mesmo trio de instrumentistas atua nas Festas de Oeiras, no palco instalado no largo da igreja matriz, e no dia 17 na 14.ª Grande Gala de Fado Carlos Zel, no Casino Estoril, nos arredores de Lisboa.
O “título-tema” do álbum, “Infinito presente”, é um poema de David Mourão-Ferreira, cujo título original é “Corpo Iluminado, XII”; este é um poeta de referência do fadista, de quem, entre outros, já gravou “Escada sem corrimão”.
Machado de Assis, Frei António Chagas, João Ferreira-Rosa, Manuel Alegre, Fernando Pessoa e Manuela de Freitas são outros autores escolhidos pelo fadista.
Manuela de Freitas, de quem o fadista tem gravado regularmente - cite-se "Ela tinha uma amiga", “Guerra das rosas” e “Fado Sagitário” -, é autora de oito dos 17 temas gravados pelo intérprete, que já recebeu três Prémios Amália.
Vitorino, que também já colaborou com Camané, assina a letra e música de “Medalha da Senhora das Dores”.
Quanto às composições, além das assinadas por José Mário Branco (cinco) e a de Vitorino, Camané gravou melodias tradicionais como os fados Cravo, Freira, Pintadinho, Bizarro, Santa Luzia e Mouraria.
A duas composições de José Júlio Paiva são o “Fado complementar” para um poema do frade seiscentista António Chagas, “Conta e tempo” e o “Fado espanhol” para um poema de Fernando Pessoa, “Aqui está-se sossegado”. O autor de "Mensagem", incluindo os seus heterónimos, é outro poeta regular nos álbuns de Camané.
@Lusa
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