«Komba» é o novo disco dos Buraka Som Sistema que, mais uma vez, surpreendem pela fusão de ritmos, com grande influência do kuduro, dubstep, grimme breakbeat, reggaeton, entre outros, solidificando um som próprio que já conquistou milhares.

Komba é uma festa tradicional africana celebrada depois da morte de alguém. O conceito dá nome a um disco que se apresenta efetivamente mais sombrio. Riot não onega, acrescentando que «neste álbum foi mesmo uma banda junta a compor com a cabeça no palco a pensar naquilo que poderíamos fazer ao vivo ou não. Houve ali parâmetros novos para nós e acabou por sair um álbum mais negro naturalmente, nem sequer foi nada muito propositado.»

No entanto, isto não significa que os Buraka não estejam bem vivos. Kalaf disse ao SAPO Música que o conceito do komba é «irónico» já que, na prática, ninguém celebra a morte, mas antes a vida plena do falecido. «A maior festa da nossa vida tem que acontecer enquanto estamos vivos. Esse é o desafio que nos colocamos a nós e convidamos as pessoas que comprarem este CD, e que se colocarem neste universo, a fazer o mesmo.»

Durante quatro semanas, os Buraka estiveram sozinhos em Monchique a construir este álbum. Foi a primeira vez que trabalharam nestes moldes e o processo criativo, segundo J’wow, acabou «por levar o nosso som a um espaço mais pessoal. Para mim pessoas que oiçam o Komba e continuem a bater na mesma tecla do kuduro, estão realmente a ouvir com os pés e não a ouvir com os ouvidos e com cabeça».

Surgiu assim um álbum que, para Condutor, é um «um disco muito Buraka, tem muitas fusões». A par da mistura de sons que os carateriza, este álbum contou com alguns convidados, entre eles, Sara Tavares. «A consciência de criar um disco de banda também levou a que se tratasse os convidados de uma maneira diferente», conta Kalaf. Enquanto no álbum «Black Diamond» houve temas completamente entregues aos convidados, aqui eles foram chamados para desempenhar funções específicas dentro daquilo que havia sido previamente pensado pela banda.

O disco vai ser lançado simultaneamente em todo o mundo, uma exigência da banda que está consciente dos desafios que os novos meios de comunicação colocam. «Com a net, com a circulação de informação não faz sentido ter cinco ou seis meses de espera para um disco sair em determinados territórios. Mais ou menos no espaço de duas semanas o disco vai estar disponível em todo o lado», contou J’wow.

Olhando para o caminho percorrido até agora, Riot não tem dúvidas que os Buraka, enquanto banda, estão mais sólidos. «A procura de concertos de Buraka pelo mundo fora, a procura de músicas, a pequisa na net por Buraka e os ficheiros ilegais que podes encontrar por aí são também um indicador que as coisas estão a ser interessantes pelo menos para algumas pessoas pelo mundo fora».

A banda vai atuar dia 10 de novembro no Coliseu de Lisboa e no dia 19 de novembro no Coliseu do Porto.

O SAPO Música pode desde já adiantar que os Buraka, apesar de não esquecerem os seus temas mais conhecidos, vão dar um grande destaque às músicas do novo disco nestes concertos e que também vão trazer alguns convidados.

@Edson Vital e Inês Alves