Como uma lista peca sempre por defeito, o espaço de comentários está à disposição para outras sugestões de discos editados em 2014 que justificam a (re)descoberta.

Além dos álbuns internacionais, listados abaixo sem ordem de preferência, também recordámos alguma da melhor música portuguesa de 2014.

COLDPLAY - "GHOST STORIES": O sexto álbum dos britânicos centra-se na história de amor, ou de desamor, entre Chris Martin e a sua ex-mulher, Gwyneth Paltrow. Menos colorido do que o antecessor "Mylo Xyloto" (2011) e diferente de todos os outros registos dos Coldplay, "Ghost Stories" é um pouco como a sua capa: azul profundo e assombrado por memórias do passado. E um album que soube bem ir desnvendando aos poucos.

Leia a crítica: Os fantasmas indesejáveis dos Coldplay

D'ANGELO AND THE VANGUARD - "BLACK MESSIAH": O regresso de D’Angelo aos discos é, com certeza, a melhor prenda que qualquer fã de soul ou música urbana poderia ter este Natal e chegou de forma quase messiânica. Um regresso há muito prometido, mas inesperado, que vem elevar ainda mais o estatuto de lenda e génio do cantor norte-americano.

Leia a crítica: Salve, D'Angelo, messias da soul

INTERPOL - "EL PINTOR": Depois de quatro anos de hiato, os nova-iorquinos regressaram com um album nascido de uma formação mais reduzida, uma espécie de segunda vinda com uma segunda primeira impressão. Resultado? "El Pintor" são os Interpol no seu melhor.

Leia a crítica: A segunda vida dos Interpol não deve nada à primeira

KELIS - "FOOD": Os álbuns da cantor de "Milkshake" ou "Trick Me" nem sempre contam com ingredientes bem doseados, mas "Food" é uma refeição equilibrada (e suculenta) de soul clássica, funk e R&B. Um prato cheio de otimismo e maturidade num regresso a propor uma reinvenção.

Leia a crítica: Kelis, masterchef musical

LYKKE LI - "I NEVER LEARN": Este terceiro álbum nasce do final de uma relação amorosa, o pior de sempre da sua autora, e Lykke Li canta que nem assim aprende. Mas se é incapaz de dominar os impulsos do coração, a sueca volta a ter a lição pop bem estudada.

Leia a crítica: A sabedoria pop de Lykke Li

MAXIMO PARK - "TOO MUCH INFORMATION": Virada quase uma década do debute prometedor dos Maxïmo Park, chegou-nos um quinto album que mostra os britânicos mais eletrónicos, mais aventureiros e, sobretudo, mais despertos. Demorou, mas afinal a estreia não enganou...

Leia a crítica: Os Maxïmo Park estão vivos outra vez

NENEH CHERRY - "BLACK PROJECT": Já não a ouvíamos a solo desde os tempos de "7 Seconds" ou "Woman". 18 anos depois, a cantor sueca regressou com "Blank Project", disco que não poderia estar mais longe desses hits. Não facilita, pede atenção e dá-nos motivos para escutar uma voz ainda irrequieta.

Leia a crítica: Neneh Cherry tardou, mas não falhou

PHARRELL - "G I R L": 2013 foi o ano de Pharrell Williams. Além da bem sucedida colaboração com os Daft Punk e da nomeação para os Óscares, o cantor e produtor casou com a namorada de longa data, a modelo Helen Lasichanh. "Happy", primeiro single de "G I R L" e um dos temas inescapáveis dos últimos tempos, fez então todo sentido. O álbum está à altura.

Leia a crítica: Há motivos para sermos felizes com Pharrell

ROYKSOPP - "THE INEVITABLE END": Ao quinto álbum, os Röyksopp despedem-se desse formato com uma das suas melhores coleções de canções. "The Inevitable End" é tão soturno como o título sugere, mas a pop eletrónica da dupla norueguesa continua envolvente e tem convidados de luxo - caso da já habitual Robyn ou de Jamie McDermott, dos The Irrepressibles.

Leia a crítica: O adeus inevitável (mas relativo) dos Röyksopp

SUZANNE VEGA - "TALES FROM THE REALM OF THE QUEEN OF PENTACLES": Não há mesmo desculpa para muitas rádios reduzirem Suzanne Vega a "Luka". O oitavo álbum volta a mostrar, três décadas depois desse hit, que a norte-americana é uma escritora de canções confiável - e agora inspirada pelo tarot, parábolas bíblicas ou... 50 Cent.

Leia a crítica: Suzanne Vega sabe e não esquece