No dia 4, o pianista estará no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e no dia seguinte na Casa da Música, no Porto, seguindo-se, até julho, concertos em Leiria, Arcos de Valdevez e Marinha Grande, onde nasceu em 1984 e onde vive atualmente.

"Fiz bastantes coisas para cinema e decidi escolher alguns temas para um álbum, os que fariam mais sentido, isolados da imagem, os que fossem mais fortes", explicou à agência Lusa.

São canções com uma grande carga dramática, retirados de bandas sonoras de filmes que falam de "assuntos dramáticos, pessoais, com forte componente humana", descreveu.

Este é o segundo álbum do músico português e sucede a "Circustances", de 2013.

A história de André Barros na música portuguesa é curta e feita sobretudo fora de fronteiras. Terminou o curso de Direito, em 2008, e decidiu dedicar-se apenas à música, aperfeiçoando a autoaprendizagem no piano. "É verdade, não tenho formação, não sei ler uma pauta, mas faz com que não racionalize tanto a música e pratique bastante".

Nos anos seguintes à licenciatura, fez um curso de produção musical e um estágio na Islândia, no estúdio construído pelos Sigur Rós, que o influenciou numa abordagem da música, "mais próxima do minimalismo e do clássico contemporâneo".

Considerando-se empreendedor e virado para o mercado internacional, André Barros procurou trabalhar sobretudo em cinema. De 2013 até à atualidade, escreveu música para uma dezena de filmes institucionais e para seis curtas-metragens, recebendo este ano um prémio no festival de cinema independente de Los Angeles por "Our father", de Linda Palmer.

"Eu achava que em Portugal teria facilmente mais contactos para escrever bandas sonoras para cinema, mas ainda não percebi bem como funciona. Não há 'feedback'", lamentou.

André Barros é pragmático no que toca a escrever música para cinema: "É uma indústria que permite um desafogo financeiro, temos 'cachet', ao passo que um músico em Portugal viva sobretudo de concertos".

O músico, que admite editar outros álbuns que recuperem temas de bandas sonoras, aproveitará os concertos marcados para junho e julho para mostrar também, acompanhado de um quarteto de cordas, as composições de "Circustances".

@Lusa