«Ele era o sábio da crítica de cinema», caracterizou o seu colega de trabalho no Expresso,
António Loja Neves. Também caracterizado como «uma autêntica enciclopédia da história do cinema»,
Manuel Cintra Ferreira não se limitava a escrever críticas cinematográficas, preocupava-se com a contextualização e com a dimensão pedagógica que um texto sobre um filme pode ter.
Manuel Cintra Ferreira integrou a equipa inicial de críticos do Jornal «Público» em 1990 e foi programador de cinema na SIC.
Nascido em Lagos em 1942, trabalhou no «Expresso» como crítico de cinema desde meados dos anos 1980 e era um dos mais antigos programadores da Cinemateca Portuguesa.
A dedicação e carinho pela Cinemateca foram vistos ainda este ano, com a doação doar dois clássicos que faltavam na colecção da instituição:
«O Ladrão de Bagdad» (1940), de
Michael Powell,
Ludwig Berger e Tim Whelan; e
«A Desaparecida» (1956), de
John Ford. Dois filmes muito apreciados por Manuel Cintra Ferreira.
O agradecimento do gesto aconteceu em Setembro deste ano com um Ciclo de Clássicos da Sétima Arte que incluíram os filmes doados por Manuel Cintra Ferreira, bem como outras películas da vida do crítico.
Manuel Cintra Ferreira era um «homem que respirava cinema por todos os poros. Vivia para o cinema e tinha a mais prodigiosa memória. Se havia um filme que o Cintra não encontrava, não existia», disse à Agência Lusa
Jorge Leitão Ramos, também crítico de cinema do semanário «Expresso».
O corpo de Manuel Cintra Ferreira estará em câmara ardente a partir das 12h00 de segunda-feira na Igreja de Campo de Ourique, em Lisboa, e o funeral realiza-se na terça-feira, às 12h00, para o cemitério do Alto de São João, onde será cremado.
Alice Barcellos com Lusa
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