A programação completa desta 17.ª edição do certame - que decorrerá até 28 de setembro no Cinema São Jorge, em Lisboa - foi apresentada numa conferência de imprensa com a presença de João Ferreira, diretor artístico do festival.
Também estiveram presentes Ana David, membro da direção do festival, e os programadores Nuno Galopim, João Romãozinho e Pedro Marum, que falaram sobre os filmes visionados e selecionados, este ano num total de 700, um número recorde para o festival.
De acordo com a organização, à semelhança do ano passado, os Estados Unidos da América (EUA) são o país mais representado na programação, com um total de 26 filmes, seguindo-se Portugal, com 15 títulos, mantendo o mesmo número de filmes da edição anterior. Para a direção, este número "é uma prova do crescente interesse dos realizadores nacionais na exploração de temáticas queer".
Os programadores também destacaram a grande diversidade geográfica dos filmes, num total de 26 países, e a pluralidade temática e formal, cujo denominador comum é "a reflexão sobre a difícil situação política e social da Europa, e as suas consequências diretas para as comunidades e indivíduos queer".
A abertura do festival está marcada para dia 20 de setembro, às 21:00, no Cinema São Jorge, com a exibição do documentário "Continental" (EUA, Canadá), de Malcolm Ingram. Esta escolha, segundo a direção, foi motivada "não apenas pela qualidade formal do filme, mas por contar uma importante história da cultura queer: a da sauna Continental, em Nova Iorque".
Esta é a segunda vez que o Festival Queer Lisboa abre com um documentário, desde a sua primeira edição, em 1997, quando exibiu "The Celluloid Closet", de Rob Epstein e Jeffrey Friedman.
Em competição no festival estarão, entre outros, em estreia nacional, o documentário "Interior. Leather Bar" (EUA), realizado por James Franco e Travis Mathews, estando confirmada a presença em Lisboa de Mathews, para apresentar a obra.
O filme procura imaginar o que teriam sido os 40 minutos censurados da versão final da obra "Cruising" (1980), de William Friedkin, imagens entretanto perdidas, uma sequência passada num bar gay que incluiria cenas de sexo explícito.
O filme terá estreia no circuito comercial pela distribuidora Lanterna de Pedra.
Também em competição vai estar "In The Name Of…"(Polónia), de Malgoska Szumowska, ficção vencedora do Teddy Award da passada edição da Berlinale, na Alemanha.
Na presença nacional, a direção destacou, na secção Panorama, a estreia portuguesa do documentário "E Agora? Lembra-me", de Joaquim Pinto, galardoado em agosto último com o Prémio Especial do Júri de Locarno, o segundo mais importante do festival, além do Prémio Fipresci, entregue pela crítica internacional presente no certame, e o prémio do Júri Jovem.
O documentário dirigido e protagonizado por Joaquim Pinto, que vive há 20 anos com os vírus VIH e hepatite C, vai ser exibido na secção “Motion Portraits”.
Fonte do festival indicou à agência Lusa que, entre algumas dezenas de patrocinadores privados que apoiam este ano o festival, o de maior dimensão vem da companhia aérea alemã Lufthansa, com 2000 euros, metade para o Prémio da Melhor Longa-Metragem.
Quanto ao orçamento para esta edição, ronda os mesmos valores da edição do ano passado: cerca de 88.000 euros.
A encerrar o festival, no dia 28 de setembro, às 21:00, será apresentado "Out in the Dark" (Israel, EUA), de Michael Mayer, um filme sobre a história de amor entre dois homens – um israelita e um palestiniano – e o preconceito vivido nos dois lados da fronteira.
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