
O franco-espanhol Óliver Laxe surgiu na cena na quinta-feira na corrida pela Palma de Ouro em Cannes com "Sirât", um 'road movie' apocalíptico ambientado em Marrocos.
Este é o quarto filme da competição a estrear no 78.º Festival de Cinema de Cannes, uma obra singular protagonizado por Sergi López e filmada no deserto ao ritmo da música techno.
A história centra-se num pai (Sergi López) que procura a sua filha desaparecida numa festa de música techno no deserto com o seu outro filho mais novo.
Ambos decidem seguir os passos de um pequeno grupo de fãs de festas ilegais, as chamadas "raves", numa viagem inspirada em "Mad Max" ao sul do Marrocos.
A viagem depressa toma um rumo trágico, mudando a vida de todos os participantes.

Óliver Laxe, de 43 anos, conhece bem o festival francês porque todos os seus filmes foram exibidos na Croisette. O seu filme de estreia, "Todos vós sodes capitáns" (2010), assim como "Mimosas" (2016) foram premiados em diversas mostras paralelas e "O Que arde" (2019) destacou-se na secção Un Certain Regard.
"Gosto de meditar sobre a morte. Acho que é a melhor maneira de encarar a vida e crescer", explicou Laxe em entrevista à France-Presse.
"Um argumento é como uma garrafa no mar. Um argumento exige fé. E Óliver é muito forte nisso", afirmou López.
Laxe visitou comunidades marginalizadas em busca de atores para a sua viagem. Os jovens que entram em "Sirât" são amadores, alguns deficientes, outros com passados difíceis.
"Há pessoas que vão desfrutar da liberdade com que fizemos isto. E outras não vão perceber", reconheceu o realizador.
Laxe concorre à Palma de Ouro com outra compatriota, Carla Simón, e a sua "Romería", uma viagem pelas memórias da família, que estreia na próxima semana.
Trata-se da primeira vez que dois cineastas espanhóis são nomeados na competição desde 2009, quando Pedro Almodóvar e Isabel Coixet foram incluídos na seletiva lista.
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