O Cinema Trindade, no Porto, vai reabrir em novembro com duas salas de cerca de 180 lugares, segundo o investidor, tornando-se, nesse momento, no único cinema com programação diária na baixa da cidade.

Em declarações à Lusa na sequência de várias notícias hoje publicadas na imprensa, Américo Santos, da Nitrato Filmes, explicou que o projeto resulta não tanto da vontade da Nitrato em se transformar num exibidor de filmes, mas 'sobretudo pelo apelo que a baixa hoje tem para a fruição cultural'.

'Achámos que era fundamental, porque havia aqui uma sala encerrada há mais de 15 anos e achávamos interessante reabri-la para fazer uma programação e proposta à cidade no âmbito do cinema de autor', declarou Américo Santos que remeteu pormenores sobre a programação para uma conferência de imprensa conjunta com a Câmara Municipal do Porto em data ainda por definir em outubro.

No entanto, uma coisa está já definida: uma das salas vai 'acolher as estreias do momento', enquanto a outra vai 'funcionar numa lógica de programação permanente, acolhendo festivais e ciclos temáticos'.

Sobre a data de abertura, Américo Santos disse que as salas vão estar prontas em outubro, mas que a abertura está prevista para 'meados de novembro' com a entrada principal a fazer-se pela rua do Almada, mas com outra repartida com o bingo da rua Doutor Ricardo Jorge.

'Pretendíamos abrir mais cedo, mas seria frágil e então preferimos aguardar e abrir a sala com outra dignidade e dimensão. A sala fica pronta, toda equipada ainda em outubro, mas queremos dar ali um espaço grande para fazer testes. Para apurar a qualidade da projeção, do equipamento de som que é todo novo', declarou o responsável da Nitrato Filmes, também diretor do Festival de Cinema Lusobrasileiro de Santa Maria da Feira.

Américo Santos realçou que com o Trindade se estabelece um circuito com outras instituições culturais do centro da cidade, onde também é exibido cinema, como o Passos Manuel ou o Rivoli.

'O cinema dentro de tudo o que foi feito nos últimos tempos era uma espécie de parente pobre e agora achamos que podemos ter aqui um espaço à altura de fazer coisas interessantes. Vamos esperar pelo futuro e como é que podemos trabalhar em termos de programação', declarou Américo Santos.