Tendo já sido descrito por alguns como um «jovem Marlon Brando»,
Channing Tatum está rapidamente a tornar-se uma das jovens estrelas de que mais se fala em Hollywood. Ex-modelo, o ator captou pela primeira vez todas as atenções em 2006 no filme de dança
«Step Up». A partir daí, não deixou de ganhar terreno em êxitos como
«G.I.Joe: O Ataque dos Cobra»,
«Inimigos Públicos» (de
Michael Mann, com
Johnny Depp e
Christian Bale), o filme independente
«Stop-Loss – Negócio de Sangue» o drama romântico
«Juntos ao Luar».

Em
«Prometo Amar-te», Channing regressa com um dos seus melhores papéis: o de um jovem determinado a fazer com que a esposa (
Rachel McAdams) se apaixone por ele outra vez quando ela perde a memória num acidente de automóvel. Encontrámos o ator num hotel de Los Angeles.

Parabéns por «Prometo Amar-te».

Obrigado. Acho que é algo que as pessoas quererão ir ver. Pelo menos espero que sim [risos]... É abertamente uma história de amor e acho que é feita da forma mais honesta que é possível.

O que é que o atraiu no filme?

Achei que era uma história bastante única. Mas estive um pouco hesitante no início porque não sabia quem ia interpretar o outro papel. Sabia que teríamos de ter alguém absolutamente adorável para que pudesse funcionar, alguém por quem o espetador se apaixonasse imediatamente.

Portanto quando descobriu que seria Rachel McAdams...

Fiquei radiante. A Rachel é uma das pessoas mais magicamente carismáticas que já conheci. Todos sabemos o quão boa ela é como atriz. Mas ela também é alguém com quem o espetador se preocupa imediatamente, por ela ser sempre adorável. Podemos sentir que ela é mesmo boa pessoa, um pouco frágil mas forte ao mesmo tempo – há uma espécie de poder nela. Ela é praticamente perfeita, tanto que na verdade até mete nervos [risos].

É verdade que o filme é livremente baseado em factos reais?

Sim. Nem sei se será bem «livremente». Acho que é bastante próximo à realidade. É exatamente o que sucedeu na vida real [à Kim e ao Krickitt Carpenter]. Acho que ela perdeu quase cinco anos de memória. Mas eles aguentaram. Eles não se separaram. E ela nunca recuperou a memória, eles começaram tudo de novo outra vez.

Chegou a conhecê-los?

Sim, mas não falei com eles antes do filme, falei com eles a meio da rodagem. O [realizador] Michael [Sucsy] quis escrever o seu próprio filme. As circunstâncias, como eu disse, foram reais, aquilo aconteceu mesmo. Eles tiveram mesmo um acidente de carro e ela perdeu mesmo a memória.Mas o resto foi tudo inventado. Por isso não senti a necessidade de lhes ir lá perguntar uma série de coisas. Quis ter a possibilidade de criar uma personagem diferente e de não ter de o interpretar a ele.

Esta personagem é a mais próxima de si próprio que já interpretou?

De tudo o que já fiz até agora? Eu diria que sim. Em termos de personalidade, sim, eu diria que é muito parecida comigo. Acho que eu talvez seja uma pouco mais hiper-activo e louco do que ele.

Qual foi o maior desafio de fazer o filme?

O Michael é muito rigoroso com os diálogos. Por isso, a especificidade do diálogo, palavra a palavra, talvez tenha sido o meu maior desafio. Porque todo o resto? Quer dizer, não é difícil estar apaixonado por aquela rapariga. E a história acaba por ser bastante simples: é sobre um tipo que tenta recuperar a mulher que ama.

E a sua cena de nudez?

Sim [risos]. Na verdade, isso foi divertido. Nem sabia que a íamos fazer como fizemos. Foi hilariante. Pedi ao departamento de caracterização que me fizesse uma prótese. Vocês não a vêem mas vai quase abaixo do meu joelho [risos]. Por isso a reação da Rachel quando eu apareci foi real [risos].

É verdade que trabalhou como stripper?

Sim, não é segredo. Foi uma parte interessante da minha vida, que eu estou muito feliz por ter deixado para trás relativamente incólume. Alguns daqueles tipos nunca chegam a conseguir sair.

Como foi fazer a transição do trabalho de modelo para o de ator?

Foi como gatinhar, sabe, depois andar e… acho que ainda estou a andar [risos]. Espero que nos próximos anos já esteja a correr. Lembro-me de me sentar com a minha instrutora de atuação pela primeira vez – e adoro contar esta história porque acho que se aplica a muitas coisas que as pessoas tentam começar a fazer – e ela me dizer «Vais levar 10 anos até seres minimamente bom nisto». Porque eu não tinha qualquer treino antes de começar, todo o meu treino foi feito a trabalhar, o que é assustador. É como trabalhar sem rede. Magoamo-nos a sério quando não fazemos algo bem… Mas acho que ela provavelmente tinha razão. Já estou a fazer isto há oito anos. E acho que agora já estou a começar a entrar um pouco na coisa e a compreender como dar mais de mim a cada papel. Não só a ver a minha personagem, mas a ver o filme todo.

Tem três filmes a estrear em 2012...

Acho que na verdade são… seis [risos]:
«Haywire», «Prometo Amar-te»,
«Rua Jump 21»,
«GI Joe 2», «Magic Mike» e «Ten Year Reunion». Mas não foi de propósito. Quer dizer, em termos de tempo nem sequer é possível fazer cinco filmes num ano – é impossível. Alguns já deviam ter saído há mais de um ano. Não deviam estar a sair tantos ao mesmo tempo, aconteceu assim. Não há qualquer estratégia. Foi só fazer as coisas em que acreditamos e que queremos fazer.