Após três anos de ausência, a 94.ª cerimónia dos Óscares terá um anfitrião na noite de 27 de março.

A revelação foi feita esta terça-feira durante um painel de discussão virtual organizado pela Television Critics Association pelo presidente da Hulu Originals & ABC Entertainment (o canal ABC tem o exclusivo da grande noite do cinema), mas que não indicou quem poderá desempenhar a função.

"Posso ser eu", brincou Craig Erwich, antes de elogiar o produtor da cerimónia Will Packer por ter "o seu pulso da cultura popular" e prometer mais revelações para breve.

Antes esta terça-feira, a ABC já tinha anunciado o regresso de Glenn Weiss, um dos maiores especialistas de eventos ao vivo, para ser o realizador pela sétima vez consecutiva.

Segundo fontes da publicação Deadline Hollywood, o produtor e a Academia já começaram a fazer averiguar o interesse das grandes estrelas de Hollywood na função e a lista de desejados inclui Dwayne Johnson.

Dwayne Johnson bane armas verdadeiras das suas produções após incidente no filme de Alec Baldwin
Dwayne Johnson bane armas verdadeiras das suas produções após incidente no filme de Alec Baldwin

Seria um desejo antigo: o ator revelou que tinha sido a primeira escolha da Academia para apresentar a cerimónia de 2019, mas teve de recusar porque estava a rodar o segundo filme "Jumanji". Kevin Hart, o escolhido oficial, desistiu por causa da uma polémica com comentários homofóbicos antigos.

Os produtores optaram por avançar sem anfitrião pela primeira vez em 30 anos, inovando com as atrizes e comediantes Tina Fey, Amy Poehler e Maya Rudolph com uma introdução cheia de piadas antes de apresentarem o Óscar de Melhor Atriz Secundária. A fórmula foi muito bem recebida e até houve uma ligeira subida nas audiências, de 26,5 para 29,56 milhões de espectadores.

Outros eventos seguiram o exemplo, como os prémios da televisão Emmy, mas as duas últimas edições dos Óscares foram criticadas pela falta de humor e ritmo.

Durante muito tempo um dos trabalhos mais cobiçados em Hollywood, a posição de anfitrião nos Óscares perdeu brilho porque a pessoa escolhida fica sujeita a um grande escrutínio e um dilúvio praticamente garantido de críticas negativas na era das redes sociais.

O ponto mais baixo desse fenómeno foi o que aconteceu com Kevin Hart, mas depois de não existir mestre de cerimónias em 2019, 2021 e 2021, os apelos para um regresso intensificaram-se após as críticas ao último evento, que se realizou a escala reduzida na estação de comboios Union Station em Los Angeles por causa da pandemia: apenas 10,4 milhões de espectadores nos EUA viram a vitória de "Nomadland", um mínimo histórico para a ABC que ultrapassou o que já tinha sido estabelecido no ano anterior, quando 23,6 milhões viram "Parasitas" ganhar um histórico Óscar de Melhor Filme.

Jimmy Kimmel, o apresentador do mais popular talk-show da ABC, foi o último anfitrião, com dois desempenhos elogiados nas cerimónias de 2017 e 2018 (os anos em que ganharam "Moonlight" e "A Forma da Água"), vistas respetivamente por 26,62 e 29,56 milhões de espectadores.

Antes dele e com melhores ou piores resultados críticos e de audiências, estiveram Chris Rock (2016), Neil Patrick Harris (2015), Ellen DeGeneres (2014), Seth MacFarlane (2013) e a dupla James Franco e Anne Hathaway (2011). Até o veterano Billy Crystal regressou pela nova vez em 2012.

As experiências bastante mal recebidas de 2011 e 2013 foram vistas como uma tentativa da ABC e da Academia de artes e Ciências Cinematográficas para atrair um público mais jovem para um evento que, tal como outros do género, tem vindo a perder audiências de forma alarmante este século.

Antes da grande noite de cinema a 27 de março de regresso ao tradicional Dolby Theatre, o anúncio das nomeações está prometido para 8 de fevereiro.