
O terceiro disco de Jake Bugg, "One My One" (2016), baloiça em temas mórbidos, mas que não contaminaram o concerto do cantor britânico no EDP Cool Jazz. Nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras, o músico britânico apresentou novas canções, passeou pelo último disco e fez os corações palpitar ao recordar os temas dos primeiros álbuns.
Sozinho em palco, apenas acompanhado pelas suas guitarras, o cantor de Nottingham mostrou o seu maior trunfo, a voz. Durante uma hora, Jake Bugg apresentou-se sem rodeios, provando com os temas do primeiro disco ("Jake Bugg", 2012), como "Simple as This", "Two Fingers" ou "Seen It All", que nasceu para o rock/ country mais boémico.
Já a passagem por "Shangri La", o segundo disco, foi mais breve - apesar da crítica ter ficado desiludida com o álbum, o público ficou com as letras das canções a murmurar na cabeça. "Me and You", com supostas alusões ao relacionamento com Cara Delevigne, foi um dos temas mais celebrados, com os acordes melancólicos e doces a embalar o público.
No palco do Cool Jazz, com as canções do último trabalho ("On My One", 2016) no bolso, Jake Bugg provou mais uma vez que a sua praia é o blues e o country, com pinceladas de folk e rock dos anos 1960.
Os temas que mais eco tiveram nas vozes e nas emoções do público só chegaram no fim. "Broken", considerado por muitos dos fãs a melhor canção de Bugg, carimbou o clímax da noite - houve couro, lágrimas e gritaria. Foi bonito de se viver.
Para fechar, Jake Bugg decidiu viajar novamente até ao primeiro disco, ao som de "Lightning Bolt".
Durante uma hora, com a sua voz quente e melancólica, o cantor abraçou o público e confirmou porque é que é considerado um dos talentos mais promissores da atualidade. Apesar de previsível, no alinhamento do concerto não coube tudo - o público bem pediu mais, mas contratos são contratos. Ficou a promessa de um regresso - numa sala, a solo, esperemos. Ele merece.
Veja na galeria algumas imagens do concerto:
Comentários