O novo trabalho dos Virgem Suta «transporta os ouvintes para uma série de histórias» sobre os diferentes lares que existem por aí. Centrando a crítica no atual estado da nação, a dupla defende que está na hora de «deixar de comer e calar», como diz Jorge Benvinda.

«Há um olhar mais realista, mas com uma grande acidez, e quem gostar de acidez vai senti-la neste álbum», garante o vocalista, acrescentando que para enfrentar o futuro os portugueses têm de ser otimistas e atentos para se fazerem valer de uma opinião esclarecida que lhes permita tomar uma posição.

«Deixámos de ser uns corações de manteiga e passámos a encarar as coisas com uma frontalidade diferente», acrescentou Nuno Figueiredo que toca guitarras eléctricas, guitarras acústicas, cavaquinho, groovebox e percussões.

Apesar do tom mais sério dos discurso, os Virgem Suta não abandonaram o bom humor que os carateriza, prometendo preparar um espetáculo «em que realmente surja a festa, o espicaçar do público».

No dia 23 de maio a banda sobe ao palco do TMN ao Vivo, no Cais do Sodré, em Lisboa, e estão prometidos «brindes, vinho, muita brincadeira e acidez», assegura Jorge Benvinda.

O novo disco dos Virgem Suta chega hoje às lojas, mas esteve disponível, em exclusivo, no musicbox desde 30 de Abril. A dupla reconhece que a internet é uma importante plataforma para divulgar o seu trabalho, e, relativamente à partilha ilegal de ficheiros, acreditam que é uma questão de maturidade cívica.

«Somos às vezes um bocado libertinos no modo de querer aceder às coisas», começa por dizer Nuno Figueiredo, acrescentando que pagar pelo que se consome «é uma questão de respeito. Quando crescermos em sociedade vamos certamente perceber que há valores que se têm de manter».

Três anos depois dos primeiro álbum, os Virgem Suta «acabam por ser as mesmas pessoas, se calhar com mais cabelos brancos, mais velhos, chatos e rezingas, mas continuam ser dois sonhadores», conclui Jorge Benvinda com um sorriso nos lábios.

@Inês Alves