«Nós tocamos muito no Minho e no Grande Porto e já tínhamos gravado discos em Almada e em Lisboa. Esta é uma forma de celebrar a gente do Norte, onde nós temos uma grande família de fãs», afirmou António Manuel Ribeiro à agência Lusa, a propósito da gravação ao vivo prevista para estefim de semana, 26 e 27 de novembro.
Um ano depois de terem esgotado a sala de Fafe, os UHF decidiram regressar e acabaram por ter de acrescentar uma data à inicialmente prevista, tocando no domingo, pelas 16:00.
«O ano passado a sala esgotou três dias antes e já não podíamos fazer segunda data. Mas, este ano, esgotado o espaço 15 dias antes, podemos acrescentar o segundo concerto, até porque vamos gravar ao vivo naquele teatro muito bonito», afirmou António Manuel Ribeiro.
Para o criador de «Cavalos de Corrida» faltava à banda o registo acústico, depois de já terem registado em disco três concertos elétricos.
«Até porque, sobretudo de inverno, fazemos uma digressão pelos auditórios, uma coisa em que neste país foram bem aplicados os dinheiros que vieram de fora. Temos tido concertos fantásticos, com boa acústica, com muito bom ambiente em algumas salas dessas e queríamos fazer a fotografia para disco desses momentos», explicou.
A comemorar 33 anos, a banda de Almada está também a rodar o seu último registo «Porquê?», cujas vendas, segundo António Manuel Ribeiro, «não devem estar a correr mal».
Um «Porquê?» que encerra uma afirmação mas também uma acusação: «Eu não me dissocio do país, destas questões sociais que vêm de fora e que depois se instalam cá dentro e ficam como uma doença. Neste disco, há lá uma série de acusações sobre coisas muito concretas, por exemplo sobre a Justiça na canção «Cai o Carmo e a Trindade». E a canção título, que aliás é um vídeo a correr no YouTube, é ‘o porquê este naufrágio constante?’ Termos o D. Sebastião instalado todos os dias é uma coisa que me incomoda.»
Apesar de tudo, António Manuel Ribeiro, afirma que o disco acaba com uma mensagem positiva. «A música que fecha o disco, que se chama ‘Portugal somos nós’, em que eu digo que a nação portuguesa são as pessoas e ela vai para onde nós quisermos que as pessoas a levem, não deixando que os políticos tomem conta do nosso futuro».
Com esse espírito, os UHF estão a oferecer um CD-single a todos os que comprem bilhete para o concerto de Fafe, intitulado «Por Portugal eu dou» que, afirmam, «é uma tomada de posição ativa a favor da coesão e da identidade cívica da nação».
SAPO/Lusa
Videoclip de «Porquê (Português)»
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