Depois de «Golden Era» (2008), o seu disco de estreia, Rita Redshoes começou por encarar o sucessor com algumas dificuldades. «Acho que um segundo disco põe algum peso acrescido, sobretudo quando o primeiro corre bem, como foi o meu caso», explica.
«Acho que sofri desse peso nas primeiras duas semanas, quando me iniciei a compor», recorda. Mas esses receios não duraram muito, já que foram encarados como uma etapa natural e relativizados. «Quero fazer muitos discos na vida, por isso não posso ficar assim logo ao segundo», sublinha a ex-vocalista dos Atomic Bees.
A resposta às canções polidas e arranjos aprumados de «Golden Era» dá-se agora com um álbum «mais directo» de canções «mais orgânicas e menos orquestradas». Já as referências (algo nostálgicas) à cultura norte-americana, tanto na sonoridade como nas letras, continuam bem evidentes - mesmo que através de outros tipos de instrumentos como o banjo, a guitarra ou o «lap steel», que dão «um tom um bocadinho mais exótico».
Essenciais para o reforço destes ambientes, músicos como Danna Colley (ex-saxofonista dos Morphine), José Pino (antigo guitarrista do Conjunto Mistério) ou Paulo Furtado (Wraygunn, Legendary Tigerman) foram convidados por terem «um som muito específico e uma identidade bastante definida».
Furtado foi ainda um dos realizadores que complementou com imagens as canções de «Lights & Darks». A edição especial do disco inclui 13 curtas-metragens assinadas também por David Fonseca, André Cepeda ou pela própria Rita Redshoes. «Fiquei maravilhada com as perspectivas de outras pessoas em relação às minhas músicas. Esta edição especial é uma prenda para mim», conta com entusiasmo. E a partir de hoje, com a chegada do disco às lojas, esta prenda pode ser desembrulhada por muitos mais.
Rita Redshoes apresenta «Lights & Darks» na FNAC do Chiado esta tarde, pelas 18h30.
Texto e entrevista @Gonçalo Sá
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