“Estamos a dar pequenos passos de bebé e a tentar garantir que se mantém a singularidade [da banda], garantir que é um regresso fora do normal. Mas de momento está tudo a correr bem”, revelou a banda em entrevista à agência Lusa, sexta-feira, dia em que actuou na Queima das Fitas do Porto.

Para o vocalista Brett Anderson e o baixista Mat Osman, um eventual novo disco só surgirá se as canções fizerem justiça ao passado do grupo e forem “inspiradoras” como têm sido os concertos de regresso, que têm surpreendido a banda na disparidade da audiência: “Temos miúdos de 18 anos nos concertos e público da nossa idade também, na casa dos 40”, afiança Mat Osman.

Os Suede, que surgiram em 1989, actuaram até ao momento em Portugal por oito vezes, tendo o primeiro concerto decorrido em 1997 e o último em 2003, ambas no Festival Sudoeste, o festival que a banda recorda com mais carinho das passagens pelo país.

“Guiámos durante quatro horas até lá. Foi daqueles concertos em que pensamos que vai correr mal, sem saber para onde vamos, e depois chegamos ao local e há tendas por todo o lado e é como um pequeno mundo alternativo”, recordou o baixista do grupo, destacando a atuação de 1997, onde partilharam o palco com nomes como Blur ou Marilyn Manson.

Depois do concerto no Porto, o grupo actuou no sábado num festival em Murcia, Espanha, e no final do mês tem agendados três concertos em Londres, onde interpretará na íntegra os três primeiros discos de originais – “Suede”, “Dog Man Star” e “Coming Up”, momentos que Brett Anderson antecipa como “especiais” e para os quais a banda tem ensaiado afincadamente.

“Temos de nos recordar do ambiente de cada álbum quando o tocarmos. Queremos dar justiça às canções. Quando tocarmos o ‘Dog Man Star’, por exemplo, não estaremos aos saltos e aos gritos”, disse o icónico vocalista do grupo, recordando que este é um disco “mais intenso” e menos pop que, por exemplo, “Coming Up”, ainda hoje o disco comercialmente mais bem sucedido do quinteto londrino.

O último álbum de originais da banda, “A New Morning”, data de 2002, um ano antes do grupo ter decidido separar-se.

A reunião dos Suede, que teve o seu primeiro tomo num espectáculo “mágico” num evento de solidariedade, fez-se sem o guitarrista da formação original, Bernard Butler.

@Lusa

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