«De Haydn a Brahms - Viena antes de Mahler» é o lema desta edição, que decorre de 22 de junho a 8 de julho, reunindo os pianistas norte-americanos Stephen Kovacevich e Nicholas Angelich, o britânico Howard Shelley e o português Artur Pizarro, além de Grigory Sokolov.

O pianista Paulo Oliveira, o duo do violinista Bruno Monteiro com o pianista João Paulo Santos, o Ensemble de Berlim, constituído por músicos dos naipes de sopros da Filarmónica, o Quarteto Mozart e a Orquestra Gulbenkian são outras forças mobilizadas para um dos mais antigos festivais do país, que teve a primeira edição em 1957 e se afirmou no repertório pianístico.

A edição deste ano atravessa quase século e meio de música, das últimas décadas do século XVIII até à renovação sinfónica de Gustav Mahler, na viragem para o século XX, indo do auge do classicismo, que tem em Joseph Haydn um dos protagonistas, ao apogeu do romantismo, no qual Johannes Brahms se destaca, no universo alemão.

O musicólogo Rui Vieira Nery faz a conferência de abertura na sexta-feira, às 19:00, no Centro Cultural Olga Cadaval, contextualizando o programa com a palestra «A Viena imperial e a matriz cosmopolita do Romantismo musical europeu».

Grigory Sokolov, um dos derradeiros pianistas da chamada «escola russa», apresenta-se mais tarde, às 22:00, com obras de Rameau, Mozart e Brahms. Avesso à edição discográfica, Sokolov mobiliza grupos e páginas de fãs na Internet e troca informação sobre os seus concertos, por todo o mundo.

No domingo, 24 de junho, o Quarteto Mozart apresenta-se na Quinta da Regaleira, às 17:00, com o Quarteto Op. 60, de Brahms, e a versão de câmara da Sinfonia "Eróica", de Beethoven, transcrita por Ferdinand Ries, discípulo e amigo do mestre alemão.

A Orquestra Gulbenkian, regida pelo pianista britânico Howard Shelley, apresenta-se no dia 26, terça-feira, às 21:30, no Centro Olga Cadaval, com um programa dedicado a Haydn, Beethoven e Mozart.

Do primeiro é interpretada uma das Sinfonias de Londres - a nº 96, «O milagre» - e, de Beethoven, a 7ª Sinfonia. As duas obras enquadram o Concerto nº 20, de Mozart.

Bruno Monteiro e João Paulo Santos retomam, no dia 28, quinta-feira, às 21:30, no Palácio Nacional da Vila, em Sintra, o programa Brahms-Beethoven, com as Sonatas nºs 7 e 8, para violino e piano, do mestre de Bona, e a Sonata nº2, de Brahms.

Sábado, 30 de junho, o pianista norte-americano Stephen Kovacevich apresenta-se na Quinta da Piedade, às 17:00, com a penúltima Sonata de Beethoven, Op. 110, e a derradeira de Schubert, D. 960.

Kovacevich, que recebeu pontuações máximas dos guias Penguin e Gramophon, em Beethoven, põe as duas obras em contraste com uma peça inicial do compositor de Bona, a Sonata nº5, a primeira do Op. 10.

Outro pianista norte-americano, Nicholas Angelich, interpretará a última Sonata de Beethoven, a Op.111, a 1 de julho, domingo, no Palácio de Queluz, num recital que integra ainda a Sonata «Ao luar» e pequenas peças de Brahms: as Quatro Baladas Op. 10 e as Fantasias Op. 116.

O português Paulo Oliveira, que contou com Sequeira Costa, Helena Sá e Costa e Paul Badura-Skoda entre os seus mestres, vai interpretar Schubert e Beethoven no Palácio Nacional da Vila, a 6 de julho, sexta-feira, às 21:30.

No dia seguinte, na Quinta da Piedade, às 17:00, o Ensemble de Berlim interpreta Mozart e Beethoven.

O Festival encerra a 8 de julho, no Palácio de Queluz, com um recital de Artur Pizarro que sintetiza o retrato de Viena da época, combinando a forma livre da Fantasia K.475, de Mozart, com o rigor formal da Sonata K.457, enquadrados por peças de Haydn, Schubert e Johann Nepomuk Hummel, que foi aluno do compositor de Salzburgo e amigo de Beethoven.

@SAPO com Lusa