Paulo Bragança, que gravou para a etiqueta discográfica Luaka Bop de David Byrne, estava afastado dos palcos há mais de uma década. Além do fadista, que foi apontado pela crítica como «um renovador» e que pugnou por um visual desafiador do convencional, José Cid convidou ainda Rita Guerra.
Nos dois concertos, José Cid irá constituir um DJ Set com Diego Miranda e conta ainda, no concerto em Lisboa, com os animadores da Rádio Comercial que fazem «A Caderneta de Cromos», enquanto em Guimarães atuará Dino Freitas.
José Cid irá apresentar o recém-saído álbum, «Quem tem medo de baladas», editado pela Farol, e será acompanhado pela Big Band constituída Mike Sargeant (guitarra), João Paulo (teclas), Amadeu Magalhães (viola acústica, gaita de foles e flauta), Pepe (baixo), Samuel Henriques (bateria), Manuel Marques (saxofones), Tozé (trompete), Ruben Santos (trombone) e João Menano (voz). A primeira parte dos concertos é assegurada por Gonçalo Tavares.»
«Quem tem medo de baladas» é 38º álbum de José Cid, distinguido há dois anos com o Prémio Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. A balada «Mais um dia», genérico da telenovela «Meu amor» premiada com um Emmy, serviu de mote a este álbum que reúne 14 temas maioritariamente inéditos de Cid, mas também versões de «Rumo ao sul», um tema de Jorge Fernando, criado por Ana Moura, o êxito espanhol «El toro y la luna» ou ainda «Discussão», de António Carlos Jobim.
O álbum integra ainda inéditos de outros autores como «Rei da ilusão», de Pedro Nuno Mello, ou «O Verão chegou tão tarde», com música e letra de Gonçalo Tavares, com quem Cid partilha a interpretação. Outro tema que canta em duo é «Tempestades», com Ana Sofia Cid, com a qual partilha a autoria de "My voice". Quanto a parcerias autorais, José Cid assina com Nuno Barroso «Tocas piano», com Gary Brooker «Cavalos de Fão», e com Tó Águas «Adeus, até um dia».
José Cid é autor de discos que são hoje referência, como «A Lenda de el-Rei D. Sebastião» (1967) e «Onde, Quando, Como, Porquê, Cantamos Pessoas Vivas – Obra - Ensaio de José Cid» (1974), que editou com o Quarteto 1111. A solo, refira-se ainda «José Cid» («A palha»), de 1971, e «10.000 anos depois entre Vénus e Marte» (1978), entre centenas de canções que registou.
Em 2009, pondo fim a uma ausência de seis anos dos estúdios, o músico gravou «Coisas do amor e do mar», feito de pop rock e baladas, e que conta com as participações de Susana Félix, André Sardet e Luís Represas. Na década de 1990, fez os discos «Camões, as Descobertas... e nós» (1992), com a participação de Pedro Caldeira Cabral, Carlos do Carmo e Jorge Palma, «Ode a Federico García Lorca» (1998) e o álbum de jazz «Cais do Sodré» (1999).
À Lusa José Cid revelou que tem guardados, «à espera de melhores dias», os álbuns «Fados e fandangos» e «Menino prodígio», compostos desde meados dos anos 1990, época em que teve uma vida pública menos intensa, mas nem por isso menos produtiva.
Nascido na Chamusca (Santarém), em 1942, sobrinho da poetisa Maria Manuel Cid, estreou-se como teclista aos 13 anos numa noite de Carnaval, nos Babies, grupo de versões no qual militavam José Niza, Rui Ressurreição e Daniel Proença de Carvalho.
SAPO/Lusa
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