Depois da vertente eletrónica e dançável do disco anterior, "Perfect Symmetry" (2008), os Keane reencontram em "Strangeland" a sonoridade mais "etérea" e "tranquila" a que muitos os associam, com canções que começaram por ser "deprimentes" mas que se tornaram "otimistas":

A vertente relativamente mais experimental de "Perfect Symmetry" ou do EP "Night Train" (2010), que atirava os Keane para fora da sua zona de conforto, levou a que alguns fãs mais antigos lhes torcessem o nariz. Esses deverão aderir agora a "Strangeland" sem grandes reservas, uma vez que o quarto disco dos britânicos está mais próximo dos dois primeiros, "Hopes and Fears" (2004) e "Under the Iron Sea" (2006), herdeiros de uma britpop tão leve quanto melancólica.

"Este é um disco mais orgânico, soa mais a uma banda. O «Perfect Symmetry» era um disco mais colorido e plástico, este é mais humano. Queríamos isso, um disco mais real e humano, mas deixámos de lado ideias preconcebidas para permitirmos que as canções crescessem à sua maneira. E chegámos a um álbum mais etéreo, com muitas camadas, tridimensional", explica Tim Rice-Oxley.

Ao regressar a Portugal e a Lisboa para atuar no TMN ao Vivo, embora num concerto exclusivo TMN, o compositor e teclista partilhou memórias de passagens anteriores por palcos lusos... e não só: "Lembro-me de uma das vezes em que estivémos cá, no dia do meu aniversário, há uns anos, e houve uma festa fabulosa num hotel, muito divertida e luxuosa. É assim que imaginas a vida ao lado de uma banda, em digressão, e aí aconteceu realmente. Lembro-me também de tocarmos no Coliseu de Lisboa, uma das salas mais espetaculares em que já atuámos. É sempre bom voltar".

@Gonçalo Sá