Pouco passava das 22h30 do dia 25 de Junho quando Mazgani e os restantes membros da banda, composta por Victor Coimbra (no contrabaixo), Sérgio Mendes (guitarra) e João Martins (bateria), subiram ao palco do espaço TMN ao Vivo, no Cais do Sodré, para continuar a promover o seu último trabalho, "Song of Distance".

A antecipar a entrada da banda em palco, foi projetado na tela o teaser do documentário “Road To Mazgani”, que ainda não tem data marcada para exibição. Realizado pelo conhecido cineasta Rui Pedro Tendinha, o documentário retrata a temporada em que o músico e a sua banda estiveram em digressão europeia, que os levou a países como Espanha, a França e a Holanda.

Mazgani apresentou-se perante uma plateia bastante reduzida,composta, aparentemente, poramigos, conhecidos e vencedores depassatempos. Contudo essa mesma plateia recebeu-o com fortes aplausos. Com a sua pose elegante e, ao mesmo tempo, electrizante, Mazgani cantou “Thirst”, “Beggar’s Hand’s” e “Dust in the Sun”.

Os ritmos do blues e do folk estão inteiramente presentes na música de Mazgani, onde quase se consegue sentir as almas de Johnny Cash ou o sentido sarcástico de Nick Cave. O jogo de luzes fortes surge ao ritmo da bateria e da simbiose entre João Martins e Mazgani, que tocam freneticamente.

De sorriso nos lábios, o cantautor luso-iraniano cumprimentou e pediu ao público para que este se aproximasse mais do palco. Empoleirado à boca do palco, o cantor iniciou os acordes de “Nomad” e “Loving Guide”, que transformaram a plateia – alguns dançaram, outros bateram o pé e outros fizeram um falso playback, cantando de uma ponta a outra as letras compostas pelo cantor.

A cumplicidade entre o cantor e os elementos da banda e a relação destes com o público era notória e bastante satisfatória. “Song of Distance”, “Winter is Over” e “Last Words” foram tocadas e cantadas de forma soberba e apaixonante, com toque romântico, mas, ao mesmo tempo, com um tom sofredor onde se pede misericórdia.

Por dicotomia às baladas, subsiste a versatilidade e o domínio de palco que Mazgani tem durante todo o concerto, comportando-se como um excelente anfitrião numa noite quente e que aqueceu ainda mais ao som de “Mercy” e “Moonless Garden”. Para terminar, “Broken Trees” arrancou o maior aplauso da noite.

Mazgani tem presença e carisma em cima e fora do palco, mesmo quando a música irrompe em forma de “catarse”. O público pediu mais uma música e Mazgani obedeceu. Subiu ao palco, pegou no microfone e desceu para junto do público, que o acompanhouem “Strike Your Drum”. Mazgani tem um estilo bastante peculiar de interpretar a pura alma do Rock and Roll e transportar essa mesma interpretação para o seu público e despede-se com um “Caríssimos, muito obrigado. Foram magníficos. Até sempre”.

Texto: Ana Cláudia Silva

Fotografias: Graziela Costa