Composta por seis elementos, a L'Orchestre D'Hommes–Orchestres chega do Quebeque com uma bagagem à qual não faltam quase uma centena de objetos que, em conjunto com outros instrumentos improvisados em palco, cumprem a missão de reproduzir, sob a forma de tributo, os mais emblemáticos temas de Waits.
Embora fiel ao espírito da obra do músico, instrumentista, compositor, cantor e ator norte-americano, o projecto de Bruno Bouchard (voz, homem-orquestra, guitarra, mala, «spaghetti», violão), Jasmin Cloutir (voz, guitarra, banjo, megafone, botas), Simon Drouin (voz, harmónica, serra musical, tesoura, luvas de boxe) e Simon Elmaleh (voz, baixo elétrico, martelo, carrinho de bebé) – que neste espetáculo conta com a participação das convidadas Les New Cackle Sisters – transforma o espetáculo num campo de jogo para os espetadores.
Tocam em frente uns dos outros, uns por cima dos outros, trocam de voz, colocam os dedos entre as cordas, fazem ruídos com paus e rodas, colocam a corda em volta do pescoço. Em síntese, L'Orchestre D'Hommes–Orchestres revive o mundo de Tom Waits com flores e facas afiadas, com precisão e originalidade, através de uma música que também pode ser vista.
Quando, em 2002, fundaram a L'Orchestre D'Hommes–Orchestres no Quebeque, os membros do grupo não conseguiam antever a criação de um terreno verdadeiramente fértil para as artes performativas, designadamente para a música, performance, teatro de rua ou eventos urbanos.
Provenientes de várias áreas, rapidamente os elementos do que começou por ser um ensemble musical se aperceberam da necessidade de evoluir para um projeto multidisciplinar que, gravitando à volta do conceito de homem-orquestra, resultou numa reconciliação entre a arte contemporânea e a cultura popular e que resultou já na criação de cinco espectáculos originais – «Tintamarre Caravane», «Le Mobiloscope», «Joue à Tom Waits», «Kurt Weill – Cabaret Domestique» e «Les News Cackle Sisters».
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