Poeta de intervenção, que inclui as raízes do reggae na escrita poética, Linton Kwesi Johnson deverá ler em Lisboa poemas que escreveu entre os anos 1970 e 1990, durante a juventude e idade adulta em Londres.
Nascido na Jamaica, emigrou para o Reino Unido em 1963, então com 11 anos. Estudou Sociologia e lançou os primeiros álbuns em finais de 1970, como "Dread Beat an' Blood" (1978), a partir de um livro de poesia, e "Forces of Victory" (1979), declarações socialmente comprometidas contra a violência e a intervenção policial contra negros e imigrantes em Brixton, sul do país.
Em entrevista recente ao jornal Guardian, o poeta afirmou que foi um privilegiado ter vivido um período politicamente tão ativo e conturbado como o que presenciou no Reino Unido, sobretudo durante a governação de Margareth Tatcher.
"Pensámos que podíamos mudar o mundo. Havia a luta anti-colonial em África. Os movimentos de direitos civis deram origem ao 'Black Power'. Havia o movimento anti-Vietname", recordou.
Foi também nos anos 1970 que integrou o movimento "Black Panthers", o coletivo Rasta Love e lançou o livro de poesia "Voices of the Living and the Dead".
Poeta que não renunciou a matriz reggae, Kwesi Johnson fundou também a própria editora discográfica, a LKJ, cujos artistas que representa venderam mais de dois milhões de discos em todo o mundo. Johnson foi ainda em 2002 o único poeta negro a ser editado pela Penguin Classics Series.
Na mesma noite subirão ao palco um grupo de convidados que irão também declamar poemas de intervenção, entre os quais Paola d'Agostino, Afonso Mata, Raquel Lima e Bob da Rage Sense.
@Lusa
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