A programação da quinta edição foi hoje apresentada numa conferência de imprensa realizada no Cais do Sodré, eixo onde o festival vai decorrer, de 2 e 5 de julho, com cinema, concertos, conversas, espetáculos, exposições, feiras, intervenções e workshops.
Gonçalo Riscado, da direção do festival, disse aos jornalistas que, após dois anos de ausência, em 2013 e 2014, o Festival Silêncio volta "com o mesmo conceito, formato diferente e novos objetivos".
"Este ano, a festa da palavra dita, escrita, pensada, encenada, cantada, musicada, filmada e ilustrada, vem para a rua e estende-se por Lisboa, no eixo da rua de São Paulo", indicou.
O conceito mantém-se - a celebração da palavra, cruzada com diversas disciplinas, mas, nesta quinta edição, com maior participação da comunidade local e do público: "Acreditamos no papel mais interventivo dos espetadores, como participante, colaborando no festival".
Questionado pela agência Lusa sobre os motivos de uma ausência de dois anos, Gonçalo Riscado, da Cultural Trend Lisbon (CTL), organizadora da iniciativa, respondeu que se deveu a falta de apoio: "A área da cultura nunca foi muito fértil em apoios, mas este ano conseguimos regressar com outro formato, na rua, e maior envolvimento da comunidade".
"A abordagem sempre foi popular, para cruzar várias gerações e diferentes públicos, mas queremos este ano passar mais intensamente essa ideia, que defendemos no conceito do festival", disse Gonçalo Riscado.
O diretor do Silêncio sublinhou à Lusa que a organização "tem feito um grande esforço para provar que a ideia da cultura, como veículo da melhoria da qualidade de vida das populações, é um investimento muito válido, com benefícios para todos, incluindo o Estado".
Como exemplo dessa participação, indicou a preparação de um recital popular com a formação de um grupo coral dentro da comunidade, e um desafio lançado aos residentes da zona do Cais do Sodré para a iniciativa "Palavra à Janela".
"Pedimos aos residentes para escolherem uma palavra e colarem nas janelas das casas. Alguns não quiseram escrever, mas ofereceram as janelas para os artistas realizarem a intervenção, o que mostra uma disponibilidade dos residentes para participar", salientou.
Sobre o orçamento para este ano, indicou que "não está ainda fechado", mas ronda os 75 mil euros, incluindo um apoio de 30 mil euros da Câmara Municipal de Lisboa, e de 41 mil euros da Direção-Geral das Artes, através do concurso de apoio anual.
Além desses apoios, as parcerias envolvem instituições de ensino, associações, entidades culturais, instituições públicas e outras organizações, em particular a Fundação José Saramago, a Casa Fernando Pessoa e a Escola Superior de Belas Artes.
Todos os eventos têm entrada livre, exceto os workshops, que são pagos e requerem inscrição.
@Lusa
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