A edição deste ano do Festival da Eurovisão foi marcada por uma série de polémicas, entre elas com a participação de Israel.

A atuação da concorrente israelita na final foi recebida entre um misto de algumas palmas e vaias muito sonoras, que não se ouviram na emissão televisiva mas que espectadores no local partilharam nas redes sociais.

Veja o momento:

A participação de Israel gerou polémica, com vários apelos de representantes políticos e artistas europeus à União Europeia de Radiodifusão (UER), para que vetasse a participação daquele país devido à guerra na Faixa de Gaza.

No final de março, representantes de nove países, incluindo Portugal, assinaram uma carta na qual pediam um “cessar-fogo imediato e duradouro” na guerra de Israel na Palestina e o regresso de todos os reféns israelitas.

Na carta, os artistas começavam por afirmar que reconhecem “o privilégio de participar na Eurovisão”, mas que não se sentem “confortáveis em ficar em silêncio” perante a “situação atual nos Territórios Palestinianos Ocupados, em particular em Gaza e em Israel”.

Além da representante de Portugal, assinaram esta carta os intérpretes da Irlanda, Noruega, São Marino, Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Lituânia e Finlândia.

Na altura, a EBU recordou que o festival é um evento “apolítico”. No entanto, em 2022 foi decidida a expulsão da Rússia do concurso na sequência da invasão da Ucrânia.

A jovem cantora israelita Eden Golan, de 20 anos, ganhou o seu bilhete para a final com a canção “Hurricane”, cuja versão inicial teve de ser modificada por se considerar que fazia alusão ao ataque do Hamas em Israel, em 07 de outubro.

Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar no concurso de música, em 1973, e ganhou quatro vezes, incluindo com a cantora transgénero Dana International, em 1998.

No ensaio geral deste sábado, os cantores de Irlanda, Israel, Suíça e Grécia não participaram no conhecido desfile de apresentação dos países em competição, enquando a representante Portuguesa iolanda se apresentou vestida por um designer de origem palestiniana. Slimane, o representante francês, interrompeu o seu ensaio a meio e deixou uma mensagem de amor e paz. Bambie Thug – performer não-binária da Irlanda – não atuou.

A cidade de Malmo foi palco de vários protestos contra a participação israelita e houve relatos de trocas verbais intimidatórias de membros da delegação israelita com jornalistas de outros países.

Bambie Thug, concorrente da Irlanda, partilhou um comunicado nas redes sociais antes de falhar a atuação no ensaio: “houve uma situação enquanto esperávamos para entrar em palco para o ensaio que achamos necessitar de atenção urgente por parte da organização. Estamos em discussões com a UER/EBU (União Europeia de Radiofusão) sobre quais medidas que serão necessárias tomar.”, disse aos seus seguidores.

“Isto significa que vou falhar o meu ensaio final. Peço desculpa a todos os fãs que me vieram ver e espero ver-vos em palco esta noite.”, frisa.

O caso não foi único esta tarde. Também o francês Slimane interrompeu a sua atuação a meio e deixou uma mensagem de amor e paz.

Tudo parecia decorrer dentro dos parâmetros normais durante o último ensaio de “Mon Amour” antes da grande final até que o concorrente francês interrompeu a sua atuação e começou a falar diretamente com o público dentro da arena.

“Quando era uma criança tinha um sonho. Tinha o sonho de ser cantor, de procurar a paz. (...) Cantar sobre paz. (...) Temos de estar unidos pela música, sim, mas temos de estar unidos por amor e paz.”.

Também a participante portuguesa, iolanda, marcou a sua posição pessoal no ensaio final da Eurovisão 2024. Na apresentação inicial de todos os países a concurso, a portuguesa desfilou no palco da Eurovisão com uma criação de Trashy Clothing, uma marca de um designer de origem Palestiniana.