Uma banda cuja sua formação remonta ao início do milénio, mas que apenas recentemente começa a colher os frutos do seu trabalho. Durante o concerto ficou claro que os Cut Copy são uma banda em ascensão, que conta já com uma legião de fiéis seguidores. O grupo agradeceu com a sua música, que pôs todo o público a dançar.
Palco Principal – É a primeira vez que estão em Portugal?
Dan Whitford – Já tínhamos vindo a Portugal para o festival Sudoeste há dois anos atrás e depois voltámos para fazer alguns espectáculos no Lux, em Lisboa, e no Porto. Foram fantásticos.
PP – Gostam de estar no nosso país?
DW – Sim, é fantástico. Parece um um sítio único no mundo, principalmente Lisboa.
PP – É muito diferente da vossa casa?
DW – É sim, e até mesmo do resto da Europa. Tem um certo toque europeu, mas não deixa de ser um lugar único. Não tem tanto trânsito nem turistas como o resto da Europa, por exemplo.
PP – É como um pequeno paraíso, então?
DW – Sim.
Tim Hoey – Quando Woody Allen esteve em Lisboa, na véspera de ano novo, ele disse que todos aqui viviam num paraíso. Se ésuficientemente bompara ele, também o é para nós.
PP – No vosso concerto de hoje,tocaram algumas músicas do vosso próximo álbum...
DW – Sim. Como estamos a viajar pela Europa e a tocar em festivais, esta é a primeira hipótese que temos de mostrar as nossas músicas novas aos nossos fãs e ao resto do público. Estamos ansiosos por ver como as pessoas vão reagir a esses novos temas.
PP – O que é que o vosso próximo álbum tem de diferente do anterior, “In Ghost Colours”?
DW – Penso que é um álbum influenciado por diversas coisas. Este novo disco tem muito mais conteúdo e menos dance beat.
PP – Não é tão anos 80 como o último álbum?
DW – O último álbum é inspirado na década de 80, mas não nas músicas dessa década. É algo do género dos . Acho que a música dessa época vai muito além da pop convencional, é uma música muito sonhadora. Então, comecei a imaginar como era estar na selva e quais os ritmos ou sons que podiam sair daí. Também pensei em estar num apartamento, no topo dos Andes. Por isso é uma música estranha, sonhada, psicadélica e rítmica.Talking Heads
PP – Recentemente vocês recusaram fazer uma digressão com a Lady Gaga...
DW – Sim, é verdade.
PP – E por que é que recusaram?
TH – Acho que foi porque queríamos fazer um álbum.
DW – Queríamos tocar para os nosso fãs e, se fôssemos fazer uma tournée com a Lady Gaga, provavelmente ela quereria que percorrêssemos o mundo durante um ano inteiro, e os nossos fãs seriam obrigados a ir ver Lady Gaga para poderem assistir a um concerto nosso. Acho que nunca poderíamos apoiá-la a esse nível. Aliás, nem imagino uma banda pela qual pudéssemos fazer isso. Preferimos fazer a nossa própria digressão.
PP – Também recusaram fazer uma digressão para os e para os ...ColdplayNine Inch Nails
DW – Sim.
PP – Mas fizeram uma digressão com os e com os Franz Ferdinand...Daft Punk
DW – Sim, mas isso foi no início da nossa carreira.Tratam-se deartistas que têm o mesmo estilo que nós. Provavelmente os são o grupo perfeito para nós. São uma banda suficientemente grande para os apoiarmos numa digressão mundial, a música deles é próxima da nossa, as nossas próprias canções são inspiradas neles. Não poderia dizer o mesmo acerca da Lady Gaga, sem ofensa.Daft Punk
PP – A vossa música é muito parecida com a dos , também. São influenciados por este grupo?New Order
DW – Acho que sim. A nossa música é uma espécie de uma mistura entre um rock independente e a música de dança. Um bom exemplo disso são os , que são provavelmente os propulsores deste estilo. Acho que nesse ponto são uma influência. Além disso, a minha voz também é comparada à do vocalista dos .New OrderNew Order
PP – Têm mais alguma banda que vos influencie?
TH – Temos várias e estamos sempre a descobrir novas bandas, até mesmo de épocas anteriores que ainda não tínhamos explorado. Poderia nomear uma ou outra, mas todas elas nos influenciam, umas mais, outras menos.
PP – Este projectocomeçou com o Dan como DJ e designer gráfico. Entretanto, envoluiram para uma banda. Continuam ligados à essência do primeiro projecto?
DW – Teoricamente, ainda trabalho como designer gráfico, embora, com as digressões, seja muito difícil encontrar tempo para tal. Mas continuo a fazê-lo, nem que seja o trabalho artístico dos , como capas de álbum. No início, o designera o meu trabalho a sério e a música era o meu hobby; agoraacontece o contrário. Cut Copy
PP – Vão voltar a Portugal para um concerto em nome próprio?
DW – Sim, vamos voltar, sem dúvida. Contudo, ainda não sabemos quando. Provavelmente voltaremos quando o novo álbum for lançado, isto para que possamos tocar novas músicas para toda a gente. Para já, estamos contentes por estar aqui no festival.
PP – Preferem actuar em festivais ou em concertos em nome próprio?
DW – Acho que prefiro espectáculos mais pequenos, porque temos mais controlo sobre a forma como o concerto é apresentado.
PP – Têm, igualmente,mais atenção por parte dos fãs...
DW – Sim, mas a questão não é essa.Preferimos os concertos em nome próprio porqueneles podemos assegurar que, em termos artísticos, as coisas correm exactamente como queremos. Num festival, é tudo muito sujo, está vento, há muito pó, é tudo mais difícil. Port outro lado, também pode ser muito excitante, porque temos muito mais pessoas num festival do que num concerto num clube, por isso acabamos por receber mais energia do público. Na verdade, já tivemos concertos em festivais muito bons.
PP – Convivem com outras bandas quando estão nos festivais?
TH – Sim. Há algumas bandas com as quais nos cruzamos mais e outras que vemos menos. Cruzámo-nos com os algumas vezes, durante a nossa digressão de 2008. Também vimos muitas vezes os e ficámos grandes amigos deles. Obviamente que conhecemos novas bandas e esse é um bom aspecto dos espectáculos em festivais.Midnight JuggernautsHercules and Love Affair
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