Viola Davis vai receber o prémio honorário Cecil B. DeMille na 83.ª edição dos Globos de Ouro, anunciou a presidente da organização na quarta-feira.

“Viola Davis é uma estrela cujo profundo talento mudou continuamente as lentes através das quais vemos e entendemos o cinema. Distingui-la com o Prémio Cecil B. DeMille 2025 não é apenas uma honra, mas um reflexo da nossa admiração pela dedicação incansável ao seu trabalho e o seu impacto monumental na indústria”, destaca o comunicado oficial, citando Helen Hoehne.

“A coragem de Viola em retratar personagens complexas e fortes quebrou barreiras e abriu novos caminhos, tornando-a um emblema de excelência e uma destinatária ideal deste prestigiado prémio”, acrescenta o texto.

A atriz de 59 anos será homenageada a 3 de janeiro num jantar de gala do Hotel Beverly Hilton, a "casa" tradicional dos Globos. Não se sabe se irá manter-se a tradição de exibir imagens da carreira e um discurso na cerimónia propriamente dita, que será no dia 5.

Desde fevereiro de 2023 a fazer parte do grupo restrito de artistas a alcançar o cobiçado estatuto de premiados "EGOT" (acrónimo de "Emmy, Grammy, Óscar, Tony"), a homenagem será pelo trabalho enquanto, atriz ativista, filantropa, produtora e autora.

O filme "Dúvida" (2008), que lhe valeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Atriz Secundária, catapultou Viola Davis para a primeira divisão de Hollywood: seguiu-se outra nomeação, agora na categoria principal, com "As Serviçais" em 2011.

O papel de Annalise Keating na série "Como Defender Um Assassino" entre 2014 e 2020 trouxe-lhe ainda mais popularidade e reconhecimento.

"Comer Orar Amar", "Raptadas", "Ender's Game - O Jogo Final", "Esquadrão Suicida", "Viúvas", "Ma Rainey: A Mãe do Blues", "A Mulher Rei", "Air" e "Os Jogos da Fome: A Balada dos Pássaros e das Serpentes" são outros títulos da carreira que foi coroada com o Óscar de Melhor Atriz Secundária com "Vedações", de 2016.

"Tenho o Óscar, o Emmy [televisão], dois Tony [teatro]. Fiz Broadway, off Broadway, fiz televisão, fiz cinema. Fiz tudo", desabafou em 2018, dizendo estar cansada de ser chamada a "Meryl Streep negra" sem que isso se manifestasse tanto nos salários nem sequer nas listas de "casting", quando comparado com outras atrizes brancas de talento e experiência semelhantes.

"Não estou nem de perto nem de longe próxima delas, não em relação ao dinheiro, não em relação a oportunidades de emprego", reforçava.

Viola Davis explicava aquilo que ouvia dos potenciais empregadores em Hollywood: "És a Meryl Streep negra. És mesmo. E adoramos-te. Adoramos-te. Não há ninguém que se compare".

"OK, então se não há ninguém que se compare, se acham que sou isso, paguem-me o que valho.", desafiou.