A artista norte-americana Deborah Stratman será uma das autoras em foco na 31.ª edição do Curtas de Vila do Conde, anunciou hoje aquele festival internacional de cinema, que lhe dedica um programa com filmes e uma exposição.
Além de uma retrospetiva com várias curtas-metragens criadas pela norte-americana, a artista mostra uma série de obras na Solar – Galeria de Arte Cinemática, um conjunto apresentado pela primeira vez em Portugal.
Em comunicado, a organização destaca um corpo de trabalho que “escapa a rótulos fáceis”, do cinema à fotografia, escultura e desenho, tendo passado por festivais como Sundance e Roterdão e igualmente por museus como o Centro Pompidou, em Paris, e o Museum of Modern Art, em Nova Iorque.
Nascida em 1967, Stratman vive em Chicago, onde é professora na Universidade do Illinois, e apresentou já nove curtas em Vila do Conde, desde 2002, tendo em 2003 vencido a competição internacional com “In Order Not To Be Here”.
“O seu trabalho aponta os relacionamentos entre os ambientes físicos e as lutas de poder e de controlo que os humanos operam no território. Mais recentemente, Stratman tem-se focado também em narrativas históricas sobre a fé, a liberdade, o expansionismo e o paranormal”, pode ler-se na nota hoje divulgada.
Dentro do programa “In Focus”, ainda em construção, serão exibidos, ao todo, 12 filmes, entre o documentário e o experimental, divididos em três programas, o primeiro juntando “Optimism” (2018) a “From Hetty To Nancy” (1997).
O segundo junta vários trabalhos curtos, entre os três e os 14 minutos, enquanto o terceiro combina “It Will Die Out In The Mind”, de 2006, com “The Illinois Parables”, obra de uma hora estreada em 2016 com 11 histórias da região norte-americana do Midwest que exploram religião, tecnologia, comunidade e violência.
Este último foi apresentado em Sundance e estreou-se na Europa no Festival de Berlim, também em 2016, e desde então foi premiado em Los Angeles, Barcelona e Milão.
A ‘carta branca’ dada à realizadora, que escolheu filmes que a marcaram e influenciaram, apresentará “Wanda”, filme de 1970 de Barbara Loden, um marco do cinema independente nos Estados Unidos, mas também “Dubbing” (2006), de Antje Ehmann e Harun Farocki, e “Noon” (1969), de Helena Solberg. Stratman orienta ainda uma aula, intitulada "Radical Listening".
Em março, a organização do 31.º Curtas tinha já anunciado dois cine-concertos, o primeiro unindo o filme “Le Révélateur” (1968), de Philippe Garrel, à atuação dos alemães Bohren and the Club of Gore, além de “O circo das almas” (1962), do norte-americano Herk Harvey, com música da artista belga Miaux.
A 31.ª edição do Curtas Vila do Conde vai acontecer de 8 a 16 de julho.
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