
Em 2026, a Amazon MGM vai lançar entre 12 a 14 filmes nos cinemas, no que as suas responsáveis descreveram como um compromisso do estúdio com o grande ecrã tanto "financeiro como filosófico".
No ano a seguir, podem chegar a 16, apoiados por uma divisão própria de distribuição e marketing internacional que está agora a ser construída.
O compromisso com as salas de cinema é “verdadeiro, significativo e mais do que emocionante”, disse Courtenay Valenti, líder da divisão de cinema e streaming, ao lado de Jennifer Salke, a principal responsável da Amazon MGM, durante o festival norte-americano South By Southwest (SXSW), atualmente a decorrer em Austin, capital do estado norte-americano do Texas, que junta conferências, debates, cinema e dezenas de concertos em simultâneo para uma audiência que integra público em geral, mas sobretudo figuras da indústria criativa, promotores, editores e agentes.
O estúdio também apresentou em antestreia três dos seus filmes para este ano: a sequela de "Um Pequeno Favor", de Paul Feig e com Anna Kendrick e Blake Lively (chega à Amazon Prime Video a 1 de maio sem passar pelas salas), "The Accountant 2 - Acerto de Contas", com Ben Affleck e Jon Bernthal (24 de abril nos cinemas portugueses) e "Holland", com Nicole Kidman (27 de março só na plataforma de streaming).
Segundo a publicação especializada Deadline, as principais responsáveis da Amazon MGM disseram durante uma conferência que nem todos os filmes funcionam melhor ou precisam de estrear nos cinemas, mas reconheceram o "empurrão" de visibilidade que dá a um filme quando chega ao streaming, como foram os casos de "Air", de Ben Affleck e com Matt Damon, "Beekeeper – O Protetor", com Jason Statham, ou "Red One: Missão Secreta", com Dwayne Johnson e Chris Evans.
Questionadas sobre como é trabalhar numa empresa global obcecada por clientes e orientada por dados, ambas responderam que levam em conta essa informação, mas só mantêm os seus empregos porque também utilizam os instintos e convicções criativas e isso é incentivado... desde que acertem na maioria das vezes.
Ambas garantiram que são decisões ousadas que originam verdadeiras revelações, com Courtenay Valenti a destacar que a popularidade gerada por "Saltburn" não poderia ser prevista por dados ou estudos de mercado.
"O que reina é a convicção criativa. Mas é preciso acertar muitas vezes. Pode-se errar às vezes. Acho que estaremos lá enquanto o instinto nos guiar principalmente na direção certa”, disse Jennifer Salke.
O que ficou fora da conferência: o anunciado controlo criativo da saga James Bond. Segundo o Deadline, podem ainda existir restrições legais para se falar do tema.
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